Nomadismo digital na advocacia e home office

Há poucas décadas, o nomadismo digital na advocacia sequer era uma possibilidade. Na verdade, esse estilo de vida só se tornou possível com a popularização da internet no século XXI.

O nômade digital é a pessoa que, a partir da tecnologia, realiza as tarefas do trabalho de maneira remota, sem uma base fixa para trabalhar. Por isso, se aproveita dessa flexibilidade para se instalar nas cidades de sua preferência, normalmente sem residência estabelecida em um local.

O estilo de vida era bastante comum em profissionais da área de tecnologia. Mas como o cenário pandêmico trouxe a necessidade de distanciamento físico, empresas de inúmeros segmentos econômicos aceleraram sua transformação digital. O objetivo, claro, era possibilitar um trabalho remoto. Dentre as áreas que puderam migrar para este modelo estão também os escritórios de advocacia.

Como consequência, atualmente muitos advogados atuam em trabalho remoto, e é exatamente o tema nomadismo digital na advocacia e o home office na atualidade que iremos abordar nesse texto.

Boa leitura!

O nomadismo digital

Profissionais trabalhando de qualquer lugar, inclusive de outros países, operações baseadas em um computador e internet para atuar. Esse é o cerne do nomadismo digital, uma tendência em diversos segmentos econômicos.

Neste modelo de trabalho, há maior equilíbrio entre as atividades profissionais e pessoais, não há estresse diário com deslocamento na cidade todos os dias e, em boa parte das vezes, há maior produtividade.

Por isso, muitas empresas enxergaram que manter suas equipes em trabalho remoto pode ser uma forma de melhorar os resultados do negócio. A flexibilidade proporcionada ao colaborador aumenta a sua qualidade de vida e a sua produtividade, como demonstraremos adiante.

No Direito, não é diferente. O nomadismo digital na advocacia existe principalmente entre os advogados autônomos. Eles podem, inclusive, atuar como correspondentes jurídicos para departamentos jurídicos de empresas e escritórios. É o Direito do futuro!

Seja qual for seu tipo de atuação remota, o uso de tecnologia, como aplicativos de videoconferência e softwares jurídicos em nuvem, é essencial.

Para entender esse contexto na advocacia, vamos entender melhor o crescimento do home office?

O crescimento do home office na advocacia

A pandemia do novo coronavírus acelerou a digitalização e a automação de muitos negócios. A necessidade de operar à distância, sem os encontros físicos, atingiu também a advocacia, seja em escritórios ou em departamentos jurídicos.

Para que esse trabalho fosse possível, o uso de tecnologia jurídica foi fundamental. E é ela quem embasou o crescimento do home office na advocacia, que se mantém em muitos negócios até o momento.

Apesar da resistência de muitos advogados sobre o trabalho remoto, a mudança veio para ficar. Ao menos no formato híbrido, que mescla alguns dias presenciais e outros remotos. O motivo é simples: ainda que tenha sido provocado por uma necessidade de saúde pública, o home office na advocacia foi bem aceito por grande parte dos profissionais.

Os motivos você vê adiante!

Flexibilidade

Os advogados são profissionais com rotinas apertadas e muitas horas de trabalho. Qualquer oportunidade existente no dia a dia é bem-vinda, e elas são mais frequentes no home office. Afinal, não há tempo de deslocamento, o que em muitos casos são horas diárias.

Além disso, é possível ter mais flexibilidade na rotina, encaixando as tarefas de maneira mais eficiente e em horários de maior produtividade. Com melhor controle de tempo e maior flexibilidade de horários, os advogados conseguem se organizar melhor, conciliando de forma mais eficaz a vida pessoal e profissional.

Tudo isso é muito benéfico para o bem-estar e a qualidade de vida de qualquer pessoa, o que é outro motivo para o crescimento do home office na advocacia.

Qualidade de vida e bem-estar

Conseguir fazer uma atividade física, almoçar em casa, dar atenção à família e aos amigos passou a ser algo mais possível para os profissionais em home office. E não é porque a rotina desacelerou, mas porque muitas pessoas conseguiram aproveitar melhor o tempo trabalhando de casa.

Esse é um motivo muito relevante que faz com que o nomadismo digital na advocacia e o home office tenham crescido nos últimos meses. Há um novo olhar sobre o trabalho e como ele pode ser desenvolvido.

Em decorrência disso, os advogados começaram a enxergar e aproveitar outras oportunidades de trabalho.

Oportunidades de trabalho mais amplas

O nomadismo digital na advocacia, como apontamos, é o estilo de vida em que o advogado faz suas tarefas do trabalho de maneira remota, sem base fixa, da cidade onde estiver. Com o auxílio da tecnologia, ele não precisa se limitar a um trabalho que demanda sua presença.

Vimos audiências do Poder Judiciário realizadas remotamente, assim como atendimento ao cliente por videoconferência. O trabalho da advocacia em si não parou, e fez com que os profissionais percebessem novas oportunidades de trabalho.

Um advogado que se especializa em marketing jurídico, por exemplo, pode dar consultoria no assunto e elaborar um curso online. Outro advogado pode começar a dar palestras via webinar em assuntos de seu domínio.

Tradução e produção de conteúdo são outras possibilidades que apareceram com a inserção da tecnologia e da internet na advocacia.

Tudo isso pode ser explorado pelo profissional da advocacia de forma complementar ou, até mesmo, exclusiva. E o melhor: tudo feito de casa.

Que tal entender melhor as novas formas de trabalho com o nomadismo digital na advocacia e home office?

As possibilidades de trabalho remoto na advocacia

Boa parte dos profissionais da advocacia conseguiram conciliar melhor sua rotina profissional e pessoal com o home office. Com mais flexibilidade, qualidade de vida e bem-estar, muitos se tornaram até mais produtivos.

Diante dos benefícios, muitas empresas, mesmo com a possibilidade de retomar as atividades de maneira presencial, desenvolveram um plano de trabalho remoto. E isso se aplica também aos escritórios de advocacia. Para tanto, há ferramentas, como o software jurídico, que são imprescindíveis para a colaboração entre as equipes e seu desempenho.

Antes de falar do nomadismo digital na advocacia e sua relação com a tecnologia, abordamos alguns tipos de trabalho remoto para advogados.

Em casa

Home office ou “escritório em casa” é um tipo de trabalho remoto exercido em casa, seja ela onde for. Quem adota o nomadismo digital na advocacia pode optar por esse modelo, mas deve ficar atento a algumas questões essenciais que mantêm a produtividade no trabalho.

Em primeiro lugar, a boa conexão com a internet é fundamental. Por isso, antes de se mudar para locais mais distantes, procure saber sobre esse ponto básico.

Além disso, é preciso ter um local bem iluminado e silencioso para o trabalho render bem. Escolha equipamentos adequados, como cadeira e mesa de trabalho ergonômicas, notebook com teclado à parte ou desktop.

Por fim, determine seu horário de trabalho, que deve ser compatível com os horários dos colegas, e quando houver necessidade de colaboração, comunique aos demais.

Para quem prefere realizar o trabalho remoto fora de casa, existem os coworkings.

Coworking

Popular nos últimos anos no Brasil, o coworking, como o próprio nome sugere, é um espaço de trabalho compartilhado por profissionais de diversas áreas de conhecimento.

Neste local, existem estações de trabalho compartilhadas e individuais, salas de reunião, espaços de convivência, internet e outras facilidades. Quem opta por utilizar o coworking paga por uma diária ou mensalidade e não precisa arcar com a manutenção e os insumos do local, que são de responsabilidade da empresa.

Por isso, é mais um espaço para quem adota o nomadismo digital na advocacia. Sem a necessidade de manter um espaço próprio, o profissional pode se estabelecer por algum tempo em uma cidade que proporciona esse serviço. Ele sequer precisa se preocupar com cadeiras e mesas ergonômicas, internet etc.

As vantagens do coworking para os advogados são muitas, principalmente pela economia de não se preocupar com um espaço físico próprio. Neste local, é possível usar a sala de reunião para eventuais encontros com clientes e parceiros, por exemplo.

Além disso, a presença de profissionais de outras áreas é uma oportunidade de captar novos clientes ou de estabelecer novas parcerias. Esse mesmo fato é também um motivador para o desenvolvimento de relações interpessoais, vale destacar.

Por fim, vale pontuar que muitas cafeterias têm se tornado o espaço de trabalho dos advogados em trabalho remoto. Algumas, inclusive, possuem a estrutura de coworking para facilitar a vida desses profissionais.

O nomadismo digital na advocacia

O advogado sem moradia fixa consegue atuar remotamente da cidade em que estiver, desde que tenha as ferramentas corretas.

Em geral, são os advogados autônomos os grandes optantes do nomadismo digital na advocacia. Isso porque o estilo de vida demanda maior flexibilidade e parte do pressuposto de que o profissional pode estar em qualquer lugar.

Nem sempre isso é possível para advogados que atuam em departamentos jurídicos de empresas ou em escritórios, pois há atividades presenciais necessárias em certos casos.

Mas o ponto principal é que mesmo os nômades digitais da advocacia precisam de tecnologia para fazer seu trabalho. Por um lado, eles acabam se relacionando com outros negócios, pois podem atuar como correspondentes. Por outro, precisam lidar com seus clientes por meio de videoconferências e organizar sua atuação.

É neste contexto que entra o escritório digital e a tecnologia jurídica.

Escritório digital

Um escritório de advocacia digital é aquele que possui todos os processos em funcionamento no ambiente digital. Em outras palavras, tudo que é feito presencialmente pode também ser realizado remotamente. Na prática, é o que possibilita o nomadismo digital na advocacia e o home office.

Para que um advogado acesse os processos de qualquer lugar do país ou do mundo, é preciso ter softwares jurídicos completos, com funcionalidades de inteligência artificial e versões para desktop e dispositivos móveis. Essas ferramentas também contribuem para a segurança da informação, algo ainda mais relevante com o advento da LGPD, para o atendimento ao cliente.

Se você possui um escritório digital e lida com correspondentes jurídicos espalhados pelo Brasil, é fundamental ter essa ferramenta para fazer uma gestão mais eficaz do trabalho deles, certo? Esse é só um exemplo de como a tecnologia jurídica é importante para um novo olhar sobre o trabalho da advocacia nos tempos atuais.

Tecnologia jurídica

Você consegue acessar a informação que desejar de seu escritório de advocacia na palma da mão? A comunicação com os clientes é eficaz e acontece sem dificuldades? Como é feita a reunião com a equipe se o escritório adotou o modelo híbrido?

Um negócio pronto para a nova era, que considera o home office um modelo de trabalho tão importante quanto o presencial, possui a resposta para todas essas perguntas. E elas passam pelo uso de tecnologia jurídica.

Por uma ferramenta de videoconferência, você pode realizar palestras ou consultorias online, fazer reuniões com suas equipes ou correspondentes jurídicos, e atender aos clientes.

Pelos aplicativos de colaboração (como o Asana, que usa a metodologia kanban), é possível fazer a gestão de tarefas de sua rotina, seja você um gestor de escritório de advocacia ou de departamento jurídico.

A opção de trabalho no estilo home office acaba por modificar aquela imagem de que o advogado deve ter uma sede fixa, assim que se torna advogado.

Um software jurídico em nuvem garante o bom funcionamento e a resolução das demandas de forma organizada, pois ele gerencia os processos jurídicos e gerenciais do seu escritório ou departamento.

Em suma, com o uso das tecnologias corretas, o nomadismo digital na advocacia e o home office podem ser adotados sem prejuízo de desempenho. Não ter uma sede fixa ou não estar presencialmente em algum lugar já não significa mais perda de clientes se há uma boa estrutura para o trabalho remoto.

A valorização de novas habilidades no trabalho com o nomadismo digital

Por fim, um último ponto importante sobre o nomadismo digital na advocacia e o home office são as novas habilidades no trabalho.

A advocacia é, por essência, uma profissão que demanda um contato interpessoal próximo. A tecnologia é incapaz de substituir a interação humana, motivo pelo qual é preciso investir no aprimoramento das habilidades relacionadas às atividades nas quais o advogado é insubstituível.

Cada profissional deverá ser preparado dentro de suas competências que podem ser aproveitadas neste contexto do trabalho remoto. Se certo advogado tem maior aptidão para fazer o atendimento ao cliente pelo WhatsApp, por exemplo, é melhor que ele dedique tempo a isso, pois será fundamental para aumentar a carteira de clientes.

A capacidade analítica do gestor jurídico, por exemplo, se relaciona a habilidades de coordenação, priorização e desmembramento de atividades. Em um escritório digital, tudo isso é mais fácil de fazer se ele possui bom domínio das ferramentas tecnológicas, certo? Então ele deve se capacitar em relação às tecnologias.

E que tal um advogado programador, com mais aptidão para se aprofundar nas tecnologias?

Em suma, o novo modo de trabalho traz novos desafios para o profissional, que deve desenvolver suas habilidades para exercer suas tarefas com excelência.

Estamos na era da transformação digital, e é melhor que seu escritório ou departamento jurídico se adeque o quanto antes para atender às novas tendências e demandas de trabalho. O nomadismo digital na advocacia e o home office estão se consolidando, e quanto antes você estiver pronto, melhor.

Entenda os benefícios que esse estilo de vida pode trazer aos seus profissionais e saiba que a tecnologia pode proporcionar o mesmo desempenho ao seu negócio, ainda que esteja remoto.

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