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Por Preâmbulo Tech
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Um tabu que é muito discutido no ramo jurídico é se os advogados serão substituídos pela tecnologia. De acordo com o relatório “The Future of Jobs”, de 2020, do Fórum Econômico Mundial, aponta que a força de trabalho está sendo automatizada em uma velocidade enorme. Isso causaria o deslocamento de 85 milhões de empregos até 2025. Então significa que a tecnologia está substituindo os advogados nos escritórios de advocacia?
Parcialmente pode ser considerado verdade. No entanto, é também um mito.
A tecnologia nos escritórios de advocacia
Dividir trabalho com máquinas? De acordo com o relatório do Fórum, é o que ocorrerá em 2025. Na verdade, a tecnologia já substitui advogados nos escritórios de advocacia atualmente. A inteligência artificial vem sendo utilizada em softwares jurídicos para automatizar processos internos. No mesmo sentido, ela também está presente na análise de contratos e no poder público. E alguns advogados que buscam essa inteligência artificial se perguntam, como escolher um software jurídico?
Isso por que a tecnologia é fundamental para que os escritórios de advocacia tenham uma maior produtividade, trazendo um crescimento do seu negócio. Também é importante ressaltar que a tecnologia pode ajudar tanto escritórios grandes como pequenos, a tecnologia está acessível a todos.
A tecnologia colabora com o advogado, não a substitui
Quais insights esses exemplos dão para respondermos ao questionamento sobre a substituição de advogados por máquinas? Que a tecnologia pode ser utilizada para tornar a prestação jurídica mais eficaz, otimizando o tempo, diminuindo a burocracia e conferindo mais produtividade aos profissionais.
No entanto, nós devemos ter consciência de que seres humanos possuem habilidades únicas que dizem respeito à subjetividade, à interação humana e à alteridade.
A verdade é que os avanços tecnológicos na área Jurídica têm muito mais a ver com otimizar trâmites, rotinas nos escritórios de advocacia e dados para embasar decisões no setor de direito. Ou seja, na prática isso significa que a inovação colabora com o trabalho do advogado, mas não o substitui. Obriga o profissional a ter cada vez mais conhecimento e trabalho intelectual para utilizar as ferramentas que substituem, sim, o trabalho operacional e repetitivo. E é por isso que há esse mito de que os advogados serão substituídos pela tecnologia.
Até o momento, não vemos a tecnologia como algo capaz de argumentar, analisar um caso concreto complexo, expor diferentes cenários e inserir um juízo de valor.
E é por isso que a tecnologia não está substituindo os advogados nos escritórios de advocacia. O que está acontecendo é um reposicionamento do advogado em seu trabalho. Ela é, assim, uma aliada para que os profissionais atuem de maneira mais estratégica, centrada nas necessidades humanas, e não em tarefas burocráticas.
Os advogados e as habilidades em alta na Sociedade 5.0
Com a evolução da tecnologia no mercado de trabalho, teremos, claro, a extinção de determinadas funções. Há muitas tarefas que já são automatizadas em um escritório de advocacia que anteriormente eram executadas por pessoas. Esse fato reforça que os robôs assumirão cargos em que não há necessidade de senso crítico e julgamento.
Por outro lado, traz uma provocação interessante: é possível automatizar funções que dependem de criatividade e subjetividade? Até o momento, não. E é exatamente este ponto que deve ser explorado pelos profissionais do Direito. As funções que potencializam as habilidades humanas serão mais demandadas. As máquinas focarão em processamento de informações e dados, trabalhos manuais de rotina e tarefas administrativas.
Enquanto isso, é de se esperar que os advogados desenvolvam habilidades suficientes para lidar com essas tecnologias. Porém, mais do que isso, deverão aprimorar suas capacidades comportamentais, as chamadas “soft skills”.
Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, há 15 habilidades que estarão em alta até 2025. É um ótimo guia para entender como o advogado atuará junto à tecnologia:
- Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado;
- Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade;
- Ser orientado a servir o cliente (foco no cliente);
- Uso, monitoramento e controle de tecnologias;
- Pensamento analítico e inovação;
- Análise e avaliação de sistemas;
- Resolução de problemas;
- Persuasão e negociação;
- Experiência do usuário;
- Inteligência emocional;
- Pensamento crítico;
- Raciocínio lógico;
- Programação;
- Criatividade;
- Liderança.
Com isso, podemos perceber muitas situações em que os advogados poderão manter suas vantagens em relação à tecnologia. Tudo aquilo que envolve aconselhamento, raciocínio, tomada de decisão, comunicação e interação ainda não pode ser executado pela tecnologia.
Em outras palavras, eles não serão substituídos. Na verdade, conseguirão inovar na forma de executar os serviços jurídicos com o auxílio da tecnologia. É um equilíbrio entre o fator humano e as soluções tecnológicas.
A tecnologia está substituindo os advogados nos escritórios de advocacia nas funções burocráticas. Aos profissionais, resta a capacitação de habilidades comportamentais para que sua atuação seja mais estratégica e centrada no ser humano. Afinal, a tecnologia (ainda) não é muito boa em interagir com pessoas!