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Departamento Jurídico • 31 de julho de 2023

Departamento jurídico inovador além das aparências

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Por Preâmbulo Tech

departamento jurídico inovador

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Por Preâmbulo Tech

Soluções de Business Intelligence para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos, softwares de automação de documentos, Visual Law, ferramentas de inteligência artificial aplicada ao Direito.

Você, que trabalha em um departamento jurídico inovador, certamente tem contato com uma ou mais soluções desta natureza. Elas estão disponíveis no mercado brasileiro e são adotadas em centenas de negócios.

As legaltechs ou lawtechs, que desenvolvem soluções para antigos problemas jurídicos, utilizando Big Data, Data Analytics e automação de atividades, por exemplo, vêm crescendo bastante.

Mas será que a mera adoção de tecnologias, um retrato da transformação digital, é sinônimo de inovação jurídica? Nem sempre. Elas são uma parte fundamental, mas fazem parte de um todo.

Por isso, precisamos nos aprofundar no tema para saber como ter um departamento jurídico inovador na prática.

Vamos nessa!

 

Uma breve retrospectiva do papel do departamento jurídico de uma empresa

Se você perguntar a um funcionário da empresa o que é um departamento jurídico, é provável que ele responda algo que tenha a ver com formalismo, segurança e seriedade. De fato, essa é a visão tradicional que muitas pessoas têm do setor, motivo pelo qual pouco se fala em inovação, modernidade, ousadia e criatividade na área.

Mas a imagem de estabilidade e solidez não é incompatível com a inovação. O problema é que a conduta do departamento jurídico, até pouco tempo, realmente não favorecia uma visão diferente. Os advogados não eram próximos às áreas centrais da empresa (core business). Em outras palavras, não eram parceiros do negócio, mas um centro de custos.

Os demais profissionais acionavam o departamento jurídico quando precisavam de um conselho legal. A conduta do setor era majoritariamente reativa, inclusive quanto às ações judiciais.

No entanto, o mundo atual pede muito mais do jurídico corporativo. É preciso conciliar a segurança jurídica esperada com a ousadia e o ritmo empresarial. O departamento precisa, claro, transmitir confiança, mas também ser proativo e ter maior capacidade de gerar negócios.

Ou seja, precisa ser um local que apresenta soluções, atuando de forma rápida e eficiente, com maior produtividade e menor custo.

 

A inovação nos departamentos jurídicos

Como um departamento jurídico pode deixar de lado a imagem de custos para ser visto como um parceiro de negócios? Não basta adotar o vocabulário dos centros mundiais de inovação ou simplesmente motivar os profissionais a pensarem fora da caixa. Um departamento jurídico inovador vai muito além dessas aparências.

Para se ter uma ideia, Clayton M. Christensen lançou o conceito de Inovação Disruptiva em 1995, na Harvard Business Review:

“A Inovação Disruptiva descreve um processo pelo qual um produto ou serviço inicialmente ganha partes menores de um mercado – geralmente por ser mais barato ou mais acessível – e depois se move incansavelmente para o mercado como um todo, acabando por substituir os concorrentes estabelecidos.”

Esse conceito influenciou as ações de grandes CEOs ao redor do mundo, como Steve Jobs (Apple), Reed Hastings (Netflix) e Andy Grove (Intel). E o cerne da questão está em fazer algo diferente do que sempre foi feito. Uma empresa pequena, rápida e inovadora se destaca frente às empresas que continuam fazendo as mesmas coisas há décadas. Por isso, perdem mercado.

E como aplicar isso no departamento jurídico? Se o setor é visto como algo que só gera custos, é preciso mudar a conduta e oferecer algo diferente. Um advogado que tem visão de negócios pode apresentar soluções empresariais que trazem vantagens financeiras. Para tanto, é preciso que haja uma mudança no processo para gerar valor com a atividade legal.

 

Mudanças incrementais e disruptivas

As mudanças nos processos de trabalho de um departamento jurídico podem ser incrementais ou disruptivas.

As mudanças incrementais são aquelas baseadas em inovações mais modestas. O gestor pode, por exemplo, implementar melhorias para redução de custos a partir do melhor aproveitamento de tempo e recursos. Pode, ainda, modificar as formas de apresentação dos serviços e as estratégias de comunicação.

Já as mudanças disruptivas são mais profundas, porque envolvem não somente as melhorias, mas também a reformulação total do escopo das atividades ou dos serviços. Neste caso, há mudanças nas estruturas e nos objetivos de médio e longo prazo.

Você consegue perceber que um departamento jurídico inovador, portanto, não é um bicho de sete cabeças? É algo que está ao alcance de todos os profissionais. Uso de indicadores para aprimorar o desempenho, melhorias na comunicação com clientes, tudo isso são mudanças que podem mudar a característica do departamento de forma positiva.

 

Departamento jurídico inovador e parceiro de negócios

Um departamento jurídico inovador, na prática, é aquele que entende profundamente o negócio e, por isso, tem capacidade de apontar novos caminhos que geram resultados que agregam valor à empresa.

Ao invés de ser visto como um gerador de custos, devido a condenações judiciais, honorários de terceirizados, custas processuais e despesas administrativas e cartorárias, ele será um aliado na geração de resultados financeiros da empresa.

E como fazer isso? É preciso adotar uma abordagem ampla, que passa pela adoção de ferramentas tecnológicas aplicáveis ao departamento, como os softwares jurídicos. Com esse sistema, é possível gerenciar processos judiciais e escritório parceiros, otimizar as atividades dos advogados e muito mais.

Porém, como pontuamos no início, a tecnologia por si só não é capaz de fazer um departamento jurídico inovador. É preciso ter uma mudança de mentalidade, comunicar com clareza a estratégia a todos os envolvidos, fomentar uma cultura de aprendizado e muito mais.

Dessa forma, é possível ter um departamento jurídico mais atuante e participativo na tomada de decisões empresariais. Afinal, ele será orientado por uma visão de negócios, e não somente pela visão focada na lei.

Confira a seguir algumas dicas para tornar seu departamento jurídico inovador.

 

5 dicas para ter um departamento jurídico inovador

Como ter um departamento jurídico inovador? O gestor precisa adotar algumas ações para levar seu setor ao patamar de parceiro de negócios. Veja a seguir cinco ações fundamentais para atingir essa finalidade!

 

Invista na mudança de paradigma mental dos profissionais

A inovação jurídica demanda uma mudança no conceito sobre o trabalho dos profissionais de Direito. Eles começam a entender que a atuação estritamente técnica, no sentido da conformidade da lei, não é suficiente.

Mas em um setor tradicional como o Direito, que sempre realizou suas atividades da mesma forma, é comum que o gestor encontre resistência ao tentar implementar inovações.

Por isso, um importante passo é investir na mudança do paradigma mental dos advogados. É o chamado mindset. Eles precisam enxergar como um departamento jurídico inovador atua, as ferramentas utilizadas e as consequências que essa atuação traz para o negócio.

É comum que os profissionais se enxerguem como geradores de custo apenas, com atitudes engessadas que não envolvem risco. Mas é preciso romper com essa cultura jurídica tradicional para adotar a inovação. O risco e o erro estão presentes em culturas inovadoras.

É exatamente isso que o gestor deve promover para incentivar a mudança de cultura em seu departamento. Para tanto, uma atitude fundamental é adotar medidas que trazem mais segurança à nova forma de atuação dos profissionais, como melhor comunicação e treinamento quanto às ferramentas.

 

Comunique a estratégia para todos os advogados

Você sabe o que Amazon, Netflix, Google, Facebook e Spotify têm em comum? Um Propósito Transformador Massivo (PTM) ou uma razão de existir clara e específica. Esse propósito é capaz de angariar fãs ao redor do mundo e direcionar seus profissionais ao caminho certo em suas iniciativas e projetos internos.

No mundo jurídico, é comum vermos as estratégias sendo adotadas de cima para baixo, dos diretores da empresa ou escritório para os demais colaboradores. Mas será que eles sabem exatamente qual o ponto de chegada?

Neste sentido, para ter um departamento jurídico inovador, os profissionais devem conhecer bem os objetivos e resultados chaves (OKR’s) da empresa para o próximo período. Dessa forma, eles conseguem saber o destino da organização e o que cada advogado, individual e coletivamente, deve realizar para contribuir para o objetivo final.

 

Oriente-se por dados (Data Driven)

O que você faz com os dados que recebe? Aliás, você recebe dados? Um departamento jurídico inovador é necessariamente Data Driven, com informações relativas à produtividade, melhorias, custos e investimentos.

Sem um banco de dados para analisar, é impossível automatizar as atividades do seu departamento ou utilizar o máximo das soluções de inteligência artificial. Por isso, é preciso revisar o fluxo de trabalho do setor e saber as principais atividades, demandas com revisões contínuas e principais problemas.

Dessa forma, é possível analisar os dados e encontrar soluções para os gargalos no fluxo, o que pode aprimorar o desempenho do departamento.

Em outras palavras, ao avaliar os indicadores, o gestor consegue enxergar as necessidades de mudança e poderá tomar decisões mais fundamentadas. Orientar-se por dados é diminuir as decisões intuitivas e eliminar achismos. É isso que contribuirá para que o departamento caminhe junto com a empresa rumo ao objetivo almejado.

 

Foque no cliente

De que vale ter um departamento jurídico inovador se o setor não é focado no cliente? O gestor precisa entender que todas as atividades e serviços realizados pelos advogados são feitos para outros profissionais, e não para advogados.

Um parecer, uma consulta ou as reuniões não são feitas para pessoas do Direito, mas para profissionais de diversas formações que podem sequer compreender os aspectos legais.

Qual a utilidade de entregar um relatório de 20 páginas para o CEO ou uma reunião de duas horas com o time de TI para explicar sobre a LGPD?

Ao adotar a mudança de paradigma mental, o advogado se lembrará de que ele deve ser um parceiro de negócio. Ou seja, precisa adaptar seu serviço de forma que o cliente interno entenda exatamente o que está sendo feito ou dito. É preciso focar no cliente, em suas dores e em seus gargalos.

O CEO precisa de um relatório simples e objetivo com informações relevantes para a tomada de decisões. O time de TI precisa entender as ações que deve adotar para que a empresa esteja em conformidade com a lei.

Diante dessa necessidade, uma das formas é utilizar os princípios do Legal Design e do Visual Law para as entregas. Um departamento jurídico inovador evita documentos em texto longo para adotar dashboards, gráficos interativos e intuitivos, e outras técnicas.

Petições, relatórios, contratos e formulários podem ser mais amigáveis e atender de forma mais eficiente aos clientes.

 

Aposte nas tecnologias jurídicas

Por fim, e agora sim, o uso de tecnologias jurídicas é uma parte fundamental para se ter um departamento jurídico inovador. Essas ferramentas são aliadas dos advogados, pois contribuem para que eles atinjam as metas e os objetivos traçados pela organização e pelo próprio setor. E a principal delas é o software de gestão jurídica.

De forma bem simples, essa ferramenta assume o trabalho burocrático e repetitivo para que o advogado possa se concentrar em ações estratégicas. Ele poderá utilizar sua criatividade para encontrar novas soluções para a empresa e propor novos caminhos. Mais uma vez, conseguirá atuar como parceiro de negócios.

Já pensou em automatizar tarefas, como controle de prazos processuais, assinaturas de contratos, pesquisa jurisprudencial, elaboração e interpretação de documentos jurídicos simples? Tudo isso traz melhorias para o fluxo de trabalho e na execução de tarefas.

Além do software, podemos destacar também a jurimetria e a análise preditiva, que são exemplos da atuação Data Driven. Neste caso, os dados estatísticos são aplicados sobre a pesquisa jurisprudencial para projetar os cenários possíveis para um litígio.

O Visual Law, como exemplificamos anteriormente, pode melhorar a experiência do cliente interno.

As plataformas online de resolução de disputas oferecem possibilidade de mediação e negociação com clientes da empresa, dando ao conflito uma solução rápida e empática.

Em suma, as tecnologias jurídicas trazem muitos benefícios para a rotina do departamento, mas também na tomada de decisões e na elaboração de ações estratégicas.

Um departamento jurídico inovador consegue aliar seu trabalho legal com a criatividade para encontrar soluções para os problemas empresariais. Com o uso de tecnologia e a mudança de paradigma mental, os advogados se tornam verdadeiros parceiros de negócio.

 

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