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Gestão • 14 de agosto de 2019

Habilidades na comunicação de um advogado líder

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Todo advogado líder possui habilidades de comunicação para lidar com suas equipes no escritório ou departamento jurídico. Comunicar-se bem é estabelecer uma relação onde ambos precisam ser compreendidos. E para o trabalho fluir sem ruídos, falhas, dúvidas e atrasos, a comunicação precisa estar presente. Veja algumas práticas fundamentais que retratam essas habilidades!

Seja um líder interessado

Um líder interessado é aquele que está disposto a escutar. E para escutar melhor, é preciso nos distanciar de nós mesmos. Isso significa se despir dos pré-julgamentos para analisar uma situação da forma mais imparcial possível.

O primeiro ponto para isso é ser flexível para entender os interesses em jogo. Se dois advogados fazem a mesma solicitação, priorizar um ou outro pode causar discórdia, o que prejudica o desenvolvimento do escritório e das pessoas. Abrir o diálogo com ambos, expondo a situação, é mais coerente para criar um ambiente de qualidade.

O líder interessado é aquele que entende que a tríade “negócios-pessoas-ambiente” é o segredo para o sucesso do escritório de advocacia ou departamento jurídico, do ponto de vista da lucratividade e do bem estar das pessoas que compõem o negócio. Uma das melhores ferramentas que o advogado líder utiliza é a comunicação não-violenta, sobre a qual falaremos adiante.

Esse tipo de comunicação é valiosa em situações de conflito, quando um liderado ou uma equipe não corresponde às expectativas, ou, ainda, quando alguém comete um erro. Nestes momentos, muitos líderes agem de forma autoritária, com alta carga de agressividade, o que prejudica a comunicação e gera desmotivação. Resultado: o engajamento e o envolvimento das pessoas com o trabalho reduz. Não dar espaço para a agressividade é também uma grande habilidade na comunicação de um advogado líder.

Não dê espaço para agressividade

Um advogado líder é uma pessoa que deve adotar a chamada comunicação não violenta. Ao contrário do que muitos pensam, ela não é uma prática para as pessoas que meditam ou que são tachadas de “paz e amor”. A comunicação não violenta, quando adotada em escritório de advocacia, departamento jurídico e qualquer outro negócio pode ser bastante útil.

Especialmente nos dias atuais, em que há uma grande polarização no Brasil, fruto das discussões e posições políticas, é necessário manejar a agressividade e a violência no discurso. É comum que, em uma reunião simples de rotina, um colega altere seu humor e sua voz por já trazer reflexos desse embate quase diário em nossa sociedade.

E qual o papel do advogado líder nessas ocasiões? Não dar espaço para a agressividade para evitar o “diálogo dos surdos”. Essa é a ideia principal da comunicação não violenta. Ao invés de reagir em prol do embate direto, com raiva e ironias, o líder exercita a escuta, pratica a empatia e tenta compreender genuinamente o ponto de vista do outro.

Comunicação não violenta

Criada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg nos anos 1960, esse tipo de comunicação é uma forma mais compassiva de lidar com os relacionamentos humanos, aumentando as chances de conexão entre as pessoas. Podemos elencar algumas atitudes da comunicação não violenta que um advogado líder pode adotar:

  • Ao fazer críticas, faça observações específicas sobre a conduta de alguém na situação , mas não se refira à pessoa (ótima prática para dar feedbacks inteligentes);
  • Perceba sempre que a fala do outro é a expressão de uma necessidade profunda, que deve ser respeitada, reconhecida e aceita;
  • Observe com neutralidade para perceber o outro e ver as coisas com mais clareza, evitando os julgamentos de valor;
  • Procure sempre o ponto de união, não o de separação.

Essas práticas nada mais são do que as manifestações dos componentes fundamentais da comunicação não violenta. Quer saber como implementá-la? Veja os 4 passos:

  1. Observe com neutralidade os fatos, sem fazer qualquer tipo de avaliação para que ela não se transforme em julgamento ou seja recebida em forma de crítica;
  2. Reconheça quais sentimentos seus foram despertados diante da situação, já que o que sentimos é de nossa inteira responsabilidade. Expresse seu sentimento ao interlocutor, mas atenção para não jogar no outro a culpa por se sentir daquela maneira;
  3. Descubra qual necessidade sua não foi satisfeita naquela circunstância e compartilhe a questão para o interlocutor, mas nunca em forma de cobrança;
  4. Dirija-se diretamente ao outro com um pedido, utilizando uma linguagem positiva, clara e objetiva, apresentando possibilidades de ações concretas.

Comunique e seja compreendido

A boa comunicação motiva líderes e liderados no ambiente de trabalho. Por isso, é fundamental que o advogado líder saiba transmitir suas ideias e seus sentimentos para a equipe de forma clara para que seja compreendido. Como visto acima, a última etapa da implementação da comunicação não violenta é dirigir-se diretamente ao interlocutor com um pedido direto e claro.

Na prática, isso significa comunicar e ser compreendido. Diga exatamente o que deseja para que seu liderado entenda. Não fique rodeando, dizendo aquilo que não deseja, mas tenha tato para que o pedido não seja recebido como exigência ou que você seja visto como coercitivo. Se o pedido não for atendido, é preciso continuar o diálogo para se chegar numa solução comum, já que o exercício da empatia é exatamente compreender respeitosamente o outro.

Escute

Você recebe com empatia a expressão de seus liderados? Esse processo de comunicação não violenta pode ser desafiador no início, porque demanda uma mudança de comportamento geral. E, do advogado líder, o que é mais exigido é a escuta.

Para que se entenda o motivo de um profissional se negar a fazer determinada tarefa, é preciso escutá-lo. Se você deu a seu estagiário, por exemplo, a atribuição de realizar uma pesquisa de jurisprudência, espera que ele faça a tarefa. Mas ele pode pontuar que não é necessário pesquisar, porque o software de gestão já faz o mesmo trabalho. Você provavelmente se esqueceu disso, mas, se não escutá-lo, apenas determinará a execução da atividade.

Esse exemplo bobo demonstra como a falta de escuta pode gerar uma tensão desnecessária na equipe. E todo advogado líder pode provocar uma tensão negativa, que prejudica o negócio, e uma tensão positiva, que inspira a todos a se desenvolverem. A escolha é toda sua.

Um bom advogado líder desenvolve habilidades de comunicação que trazem as equipes para mais perto de si. O resultado é um negócio mais coeso, que se desenvolve de maneira natural em um bom ambiente de trabalho. Quer saber como os liderados são peças estratégicas para o escritório? Veja nosso post!

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